Ambiguidade na comunicação
A ambiguidade – também chamada de anfibologia – na língua portuguesa refere-se à qualidade de uma expressão que pode ter mais de um significado ou interpretação, tornando-se, assim, vaga ou incerta.
Essa característica pode surgir de diferentes maneiras, incluindo ambiguidade lexical, sintática ou semântica.
Vamos entender um pouco mais sobr o assunto.
Ambiguidade (ou anfibologia)
A anfibologia é uma figura de linguagem que ocorre quando uma frase ou expressão pode ser interpretada de diferentes maneiras devido à sua estrutura gramatical ambígua.
Essa ambiguidade geralmente surge da má colocação de termos na frase, o que permite mais de uma interpretação possível.
A anfibologia está mais especificamente relacionada a estruturas gramaticais que podem levar a interpretações duplas.
Um exemplo clássico de anfibologia é a frase:
“O candidato disse ao eleitor que votasse nele.”
Nesta frase, a ambiguidade reside na possibilidade de o pronome “nele” se referir tanto ao candidato quanto ao eleitor. A frase poderia ser interpretada como o candidato pedindo ao eleitor que votasse no candidato ou que o eleitor votasse em si mesmo.
A anfibologia pode ser usada de forma intencional para criar efeitos cômicos, poéticos ou literários.
No entanto, em situações onde a clareza e a precisão são essenciais, é importante evitar estruturas gramaticais ambíguas que possam levar a interpretações equivocadas.
Tipos de Ambiguidade
1. Ambiguidade Lexical:
Ocorre quando uma palavra tem mais de um significado possível. Por exemplo, a palavra “bola” pode se referir a um objeto esférico usado em jogos ou a uma festa dançante.
2. Ambiguidade Sintática:
Surge quando a estrutura gramatical de uma frase permite mais de uma interpretação. Por exemplo, a frase “Vi o homem com o binóculo” pode ser interpretada de duas maneiras: a pessoa viu o homem usando um binóculo ou viu o homem de longe com um binóculo.
3. Ambiguidade Semântica:
Ocorre quando uma expressão tem mais de um significado possível devido à imprecisão ou falta de clareza na escolha das palavras. Por exemplo, a frase “Ele viu o acidente dirigindo” pode ser ambígua se não ficar claro se a pessoa viu o acidente enquanto dirigia ou se ela estava dirigindo o veículo envolvido no acidente.
Como dissemos, a ambiguidade na linguagem pode ser usada de forma intencional em situações literárias, poéticas ou humorísticas para criar efeitos específicos, desafiando o leitor ou ouvinte a interpretar a mensagem de maneiras diferentes.
No entanto, em contextos mais formais, a ambiguidade pode levar a mal-entendidos e falta de clareza na comunicação.
É importante que os comunicadores estejam cientes da possibilidade de ambiguidade em suas expressões e procurem ser precisos e claros, especialmente em contextos onde a interpretação exata da mensagem é crucial, como na comunicação profissional, legal ou técnica.
Ambiguidade como vício de linguagem
A ambiguidade, quando utilizada inadvertidamente, pode ser considerada um vício de linguagem, pois compromete a clareza e a eficácia da comunicação.
Vícios de linguagem são desvios das normas gramaticais e estilísticas que prejudicam a qualidade da expressão verbal.
Aqui estão algumas razões pelas quais a ambiguidade pode ser considerada um vício de linguagem:
Falta de Clareza
A principal função da linguagem é comunicar ideias de maneira clara e compreensível. A ambiguidade dificulta essa clareza, pois deixa espaço para interpretações múltiplas, tornando a mensagem menos precisa.
Possibilidade de Mal-Entendidos
Quando uma expressão é ambígua, existe o risco de que o receptor interprete a mensagem de maneira diferente do que o emissor pretendia. Isso pode levar a mal-entendidos, confusões e, em alguns casos, conflitos.
Ineficácia na Comunicação Profissional
Em contextos profissionais, como escrita acadêmica, relatórios, documentos legais ou comunicação corporativa, a clareza é crucial. A ambiguidade nessas situações pode resultar em interpretações errôneas, o que pode ter implicações sérias.
Perda de Credibilidade
O uso frequente de ambiguidade pode prejudicar a credibilidade do comunicador. Se os ouvintes ou leitores percebem que a comunicação é consistentemente ambígua, podem começar a questionar a habilidade do comunicador para se expressar de maneira precisa e confiável.
Dificuldade na Tomada de Decisões
Em situações em que a clareza é essencial para tomar decisões informadas, a ambiguidade pode ser particularmente problemática. Se as informações apresentadas são ambíguas, as decisões podem ser baseadas em interpretações errôneas.
Portanto, ao comunicar-se, é fundamental evitar a ambiguidade sempre que possível. Revisar cuidadosamente a linguagem utilizada, esclarecer pontos que possam ser interpretados de maneiras diferentes e procurar ser o mais claro e preciso possível são estratégias importantes para evitar a ambiguidade como um vício de linguagem.
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